A celebração natalina este ano já está comprometida. O preço da cesta básica de alimentos impossibilita que as famílias se reúnam para festejar o nascimento da criança de Belém. O preço do gás de cozinha, cujo aumento foi de quase 100% em 2021, está quase impededindo a realização de um dos hábitos mais cultivados pelos brasileiros: reunir-se na cozinha para cozinhar juntos.
Agora, com a possibilidade da privatização da Eletrobras, coloca-se em risco a decoração das casas nas festividades natalinas. Ligar o pisca-pisca no Natal? Quase impossível! O preço da luz está proibitivo. São necessárias escolhas: decoração natalina para alegrar ou acender a luz para enxergar à noite?
Em função disso, decidimos, enquanto Conselho Nacional de Igrejas, fazer um alerta à população em relação a mais essa privatização.
Confira:
Privatização da Eletrobras: somos contra e apresentamos os motivos Estamos acompanhando o avanço das privatizações no Brasil, incluindo a privatização da Eletrobras. Nos casou imensa preocupação, durante a tramitação e aprovação da Medida Provisória 1031/21, a forma acelerada como a matéria foi tratada. Essa pressa impediu uma discussão aprofundada, principalmente pelas pessoas que desconhecem o tema, mas que sofrem os impactos e consequências do aumento das suas contas de luz e da precariedade da prestação de serviços toda vez que uma empresa pública é privatizada.
Um exemplo recente foi a privatização da Companhia Energética de Brasília (CEB). Realizada de forma acelerada, fez com que os mecanismos de controle de qualidade fossem relaxados em prol da nova empresa. Este relaxamento tem provocado a diminuição da qualidade dos serviços prestados, causando desligamentos onde o povo fica sem energia por horas e, em algumas situações, por dias.
A pressa em realizar o processo de desestatização da Eletrobras, sem discussão profunda, aproveitando-se de ritos reduzidos, inicialmente aprovados para contenção da pandemia de Covid-19, nos causa preocupação com as consequências para o nosso povo. Povo este que já sofre com a fome, desemprego, aumento dos combustíveis, aumento dos preços dos alimentos, aumento do gás de cozinha, levando a pauperização e miséria.
O mercado financeiro pressiona o governo para que possa aumentar seus lucros com a exploração das riquezas naturais, incluindo a energia elétrica, gerada a partir dos nossos ventos, águas e recursos minerais. O Tribunal de Contas da União deve manter sua independência, como uma instituição que tem condição de avaliar, recomendar, rejeitar, estudar e aprofundar o conhecimento sobre os impactos da desestatização da Eletrobras, ora em curso, para a população brasileira.
Fonte: CONIC – Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil