Os acionistas da Eletrobras aprovaram, nesta segunda-feira (17/4), o fim da vaga cativa de representante dos empregados no conselho de administração.
Na votação 68,69% dos votos foram favoráveis a exclusão da reserva de vaga, 26,94% foram contra e os restantes 4,37% foram de abstenções no tema. Os principais votos contrários à mudança foram do BNDES e do BNDESPar, da Previ e da Associação dos Empregados da Eletrobras.
“O representante dos empregados no conselho conhece a fundo o negócio da companhia, seus pontos fortes, suas vulnerabilidades, a consistência de cada uma das áreas técnicas, os problemas de segurança operacional (…), além de ter uma visão acurada do clima organizacional e do ambiente interno”, argumentou a associação em seu voto.
Esse era um dos oito itens de alteração do estatuto social da companhia levados, nesta segunda-feira (17/4), à votação em assembleia extraordinária, que incluía questões mais burocráticas, como nomenclatura de cargos.
Participação era histórica
A participação dos empregados nos conselhos de administração das empresas estatais federais é uma conquista histórica. Foi instituída por lei no final do segundo governo Lula, mas como a Eletrobrás foi privatizada no ano passado pelo governo antinacionalista de Jair Bolsonaro, a empresa não tem mais obrigação de manter a participação dos empregados no conselho.
A limitação ou “esterilização” das ações da União foi um mecanismo imposto na privatização para evitar que o Estado brasileiro possa ter qualquer tipo de influência na direção da Eletrobras, mesmo permanecendo como o maior acionista.
Com esse mecanismo, que já foi denunciado pelo presidente Lula como uma cláusula “leonina” contra a União, os acionistas privados, capitaneados pelo grupo 3G de Jorge Paulo Lemann, conseguem esboçar completamente o governo nas decisões e na gestão da empresa. Tanto é assim que, se não fosse essa limitação imposta à União, a proposta da direção da Eletrobras teria sido derrotada e os trabalhadores não teriam perdido sua representação no Conselho.
Segundo declaração do próprio presidente Lula, o governo, através da Advocacia Geral da União, irá, em breve, questionar judicialmente a subtração das prerrogativas da União na gestão da maior empresa de energia elétrica do Brasil e da América Latina.
*com informações dos sites Brasil 247 e Valor Econômico (Pipeline)