Explosão em Tucuruí era tragédia anunciada, afirma Coletivo dos Eletricitários

REPRODUÇÃO / TV LIBERAL

Após explosão de um transformador em Tucuruí, o Coletivo Nacional dos Eletricitários emitiu um boletim, no dia 1º de agosto, no qual destaca os riscos e impactos do processo de desmantelamento da Eletrobras “iniciado por Temer e continuado por Bolsonaro” e aponta tragédia anunciada.

O informativo ressalta ainda que a explosão na Usina Hidrelétrica de Tucuruí traz consequências significativas para a geração de energia, pois, ela teve que reduzir sua capacidade de fornecimento de energia.

“A explosão do transformador evidencia a vulnerabilidade do sistema elétrico brasileiro. Apesar de termos uma matriz energética diversificada, com destaque para a hidrelétrica, é importante considerar os riscos envolvidos na geração e distribuição de energia”.

Leia a íntegra do boletim:

Desde quando foi anunciado o início dos trabalhos da Equipe de Transição do governo LULA que tratou do Setor Elétrico, o CNE tem se preocupado em apontar os riscos que o Sistema Elétrico Nacional estaria exposto, caso o processo de desmantelamento iniciado por Temer e continuado por Bolsonaro tivesse consecução. Vejam abaixo o texto contido no Boletim CNE do dia 26/12/2022 intitulado BALANÇO DA TRANSIÇÃO:

(…) Coube ao GT apontar os prejuízos ao país da criminosa privatização da Eletrobras e recomendar as medidas necessárias para evitar que os brasileiros arquem com os elevados custos dessa privatização. A bagatela de 500 bilhões de reais é a conta que os brasileiros e brasileiras terão de pagar se nada for feito pelo Governo Lula, riscos ao sistema brasileiro devido a demissões em massa sem preocupação com a reposição da memória técnica e a virtual inviabilização do programa nuclear brasileiro foram abordados no documento final do GT. Evidentemente a retomada do controle da Eletrobras pela União está dentre as recomendações.

É lamentável que ainda no governo LULA, a Diretoria e Conselho da Eletrobras ainda se sintam à vontade para continuar destruindo o que restou do patrimônio público.

Mesmo que o governo federal possua mais de 40% das ações com direito a voto no Conselho de Administração da empresa, infelizmente pouco está podendo fazer, devido as alterações no Estatuto da Eletrobras feitas com a anuência dos antigos representantes da União nos Conselhos de Administração e Fiscal da Eletrobras.

Aproveitando-se desse terreno propício, os gestores tomam decisões, praticam atos diversos, que causam um sentimento de pânico e terror, com reflexo no clima organizacional da empresa.

Com isso, voltaram a acontecer acidentes fatais e incidentes com a destruição de equipamentos. Não podemos esquecer que ocorreram mortes de trabalhadores terceirizados na Chesf, suicídio de trabalhador na CGT Eletrosul e, agora, a explosão e incêndio de um transformador na usina hidrelétrica de Tucuruí.

Este último episódio ocorrido em Tucuruí, envolveu a unidade geradora nº 19 da UHETucuruí (TUUGH-19) devido à sinistro no transformador principal TUTF7-19. No momento da ocorrência houve perda de carga da Albrás de 230 MW e da Alumar em 150 MW. Também houve perda de carga de 20MW referente a linha CKSE-LI6-01 (Mina Carajás / Vale – C1).

Em que pese a Eletronorte tenha se preocupado em tentar tranquilizar o mercado, a explosão de um transformador em uma Usina Hidrelétrica de Tucuruí traz consequências significativas para a geração de energia, pois, ela teve que reduzir sua capacidade de fornecimento de energia.

A explosão do transformador evidencia a vulnerabilidade do sistema elétrico brasileiro. Apesar de termos uma matriz energética diversificada, com destaque para a hidrelétrica, é importante considerar os riscos envolvidos na geração e distribuição de energia.

Eventos como esse demandam investimentos em segurança e manutenção das usinas, a fim de evitar acidentes que possam prejudicar a oferta de energia para os consumidores e possam por vidas em risco.

Contudo, a Eletrobras vem demitindo uma grande quantidade de trabalhadores/as, sendo que quem ficou não conseguirá cumprir os planos de manutenção e, assim, novos acidentes e incidentes poderão ocorrer.

O STF vai julgar a ADI 7385/2023 que está sob a relatoria do Ministro Nunes Marques, mas, diante dessa tragédia anunciada, o Ministro deve imediatamente suspender as demissões na Eletrobras, ou mais pessoas morrerão e mais equipamentos vão explodir.

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