Exclusivo da folha, áudio denuncia que grupo 3G de Lemann sequestrou a Eletrobras

Fernando Frazão/Agência Brasil.

O Jornal Folha de São Paulo na sua edição de hoje (12/06/2023) trouxe denúncia gravíssima sobre os bastidores do Conselho de Administração da Eletrobras. Em matéria assinada pela jornalista Alexa Salomão, a Folha divulgou um áudio vazado de uma reunião do Conselho de Administração da Eletrobras realizada no dia 26/01/2023.

Segundo matéria, “A gestora 3G Radar é um acionista minoritário da Eletrobras com 1,3% do capital total. A posição é irrelevante no que se refere ao poder de decisão. Tem 0,05% das ações ordinárias, que dão direito a voto. Destaca-se no acesso aos resultados, com 10,88% das ações preferenciais, que têm prioridade para receber dividendos.” (…) “No entanto, a gravação de uma reunião interna, conseguida pela Folha, deixa clara a habilidade da gestora para ocupar posições no conselho de administração da companhia, que define a diretoria e traça estratégias.”

Os relatos são estarrecedores! Um crime quase perfeito! Como se sabe, a 3G Radar tem todas as digitais de Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles. O mesmo trio que quebrou as Americanas, a Light, o Ketchup Heinz e outras companhias.

Quem está de testa de ferro do trio destruidor é Pedro Batista, representante dos acionistas preferencialistas no Conselho de Administração da Eletrobras. Pedro é sócio fundador da 3G Radar e sócio da 3G Capital, desde abril/2013. Foi sócio fundador e membro do Comitê Executivo da Vinci Partners, onde foi Head da equipe de Research. No UBS Pactual atuou como Head da equipe de Brazil Equity Research. Foi sócio no Banco Pactual, onde trabalhou de 1997 a 2006. Com esse currículo entreguista, articulou um dos maiores golpes da história do Brasil: o EletroGolpe.

Pedro Batista convidou para presidir o Conselho de Administração da Eletrobras o ex-presidente da Petrobras Ivan Monteiro. Foram eles que juntos orquestraram a volta de Wilson Pinto Jr para a empresa. Batista também recrutou para o Conselho da Eletrobras privatizada o seu fiel escudeiro e bajulador Felipe Vilella Dias (Ex-Fundo Squadra) e indicado pelo acionista minoritário Maliko LLC (fundo estrangeiro da 3G Radar), além do eterno consultor de Lemann, Telles e Sicupira, a raposa velha Vicente Falconi que decidiu “despendurar as chuteiras” para atender ao pedido de Pedro Batista e voltar a atuar como conselheiro.

Para tentar legitimar o processo de sequestro da Eletrobras, Pedro Batista foi às compras no governo Bolsonaro e depois de ser reunir com o ex Ministro de Minas e Energia Adolfo Sachsida, ofereceu uma cadeira no conselho para Marisete Dadald, então secretária executiva do MME que conduziu a privatização da Eletrobras. Batista foi além, em reunião com Paulo Guedes no Ministério da Economia, garantiu assento no Conselho para Marcelo Siqueira, secretário especial que conduziu a privatização da Eletrobras no Ministério da Economia. Importante ressaltar que em seguida, Marisete e Siqueira se descompatibilizaram do MME e do Ministério da Economia.

Marcelo Siqueira, aliás, hoje pleiteia a vice presidência jurídica da Eletrobras e, pasmem, é servidor da Advocacia Geral da União. Se colocando em enorme conflito de interesses por conta da ADI 7385 no STF.

Para fechar o pacote, o “todo poderoso sequestrador da Eletrobras” Sr Pedro Batista cooptou os acionistas minoritários Juca Abdalla (Banco Clássico) e Lírio Parisotto (LPAR Geração Futuro) que entraram neste conluio indicando para o Conselho de Administração da Eletrobras respectivamente Daniel Alves Ferreira e Marcelo Gasparino.

Para garantir caminho livre total e decisões praticamente unânimes no conselho de fachada da EletroLemann, Pedro Batista e seus comparsas propuseram a eliminação do cargo de representante dos trabalhadores no colegiado. Proposta foi endossada pela Assembleia de 17/04/2023.

A articulação do EletroGolpe tentou proteger de todas as formas os mandatos destes conselheiros golpitas, sequestradores da Eletrobras. Os mandatos destes senhores vão até 2025 e para destituí-los seria necessário que mais de 50% dos acionistas assim deliberassem em Assembleia Extraordinária. Nem mesmo a União que apesar de 43% das ações ordinárias, consegue indicar sequer um conselheiro. Ou seja, os supostos representantes do governo brasileiro na Eletrobras continuarão sendo os indicados em conluio com o Governo Bolsonaro.

O crime seria perfeito se no auge da arrogância e do super ego de Pedro Batista e seus comparsas, eles próprios confessassem tudo aquilo que fizeram para sequestrar a Eletrobras do povo brasileiro. E fizeram isso em reunião com mais de 200 pessoas como se estivessem em uma mesa de bar.

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