Privatização da Eletrobras é criminosa

Por Uallace Moreira*

Criam todos os mecanismos contábeis para legitimar a privatização da Eletrobras: “Venda da Eletrobras pode render R$ 100 bilhões“. Nesse quadro, lista de ativos para serem entregues pelo governo, para se chegar ao valor mágico:

O governo prevê que todo o processo de privatização da Eletrobras, holding que detém o controle acionário das estatais federais de energia elétrica, gerará R$ 100 bilhões

A estimativa inclui valor da outorga, fatia da União na companhia e venda de ações no mercado secundário.

Não é a primeira vez que tentam enganar e espalhar mentiras para legitimar a privatização da Eletrobras. Outra vez foi a ideia de compra de ações pelo empregados com uso do FGTS. Isso muda uma gestão pró valorização dos ativos? Não…

Os resultados financeiros mais recente da Eletrobras: lucro líquido de R$ 4,9 bilhões, indicação de recebíveis de R$ 44,56 bilhões até 2028 com a recuperação de receitas de transmissoras, acúmulo de R$ 14,72 bilhões em caixa.

Além do mais, baixa relação dívida líquida e Ebitda de 1,5 vez e a queda de 26% do gasto com pessoal, material, serviços e outros (PMSO), sendo 19% de redução com pessoal em relação ao mesmo período do ano passado.

Os resultados contábeis da Eletrobras mostram que a empresa é a “jóia rara da coroa“. Por isso, o mercado e Guedes querem privatizar a empresa a todo custo, criando mentiras.

A Eletrobras tem lucro e está preparada para ampliar seu investimento.

Draujo, engenheiro eletricista e diretor do Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Energético, mostra os riscos de privatizar a Eletrobras: “A privatização da Eletrobras é mais perigosa do que a da Petrobras.”Ver também

“A Eletrobras é o contrário! Ela lida com a energia do futuro, a eletricidade. Qualquer pessoa que examinar as mudanças das matrizes energéticas dos países mais avançados do planeta pode perceber que essa metamorfose veio para ficar.”

Além da empresa ter apresentar lucros, paga dividendos ao tesouro. Quanto aos dividendos, ela sempre pagou, pois, dada a fragilidade das contas públicas, caso não o fizesse, geraria um déficit de mais de R$ 11 bilhões nas contas públicas.

Por fim, é um completo equívoco privatizar uma empresa estratégica, enquanto o mundo vem passando por um processo de reestatização. Os motivos da reestatização são sempre os mesmos em todos os países: péssimos serviços e muito caro.

De acordo com o Transnational Institute, centro de estudos em democracia e sustentabilidade, foram 835 remunicipalizações e 49 nacionalizações, em um total de 884 processos de reestatização entre 2000 e 2017.

*Uallace Moreira é Mestre e doutor em Desenvolvimento Econômico pelo Instituto de Economia da UNICAMP e professor da Faculdade de Economia da UFBA.

Reprodução https://disparada.com.br/

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